terça-feira, 10 de março de 2015

TALENTOS PARA A TROCA #3

Para o terceiro tomo de "Talentos Para A Troca" escolhemos 5 grupos, 5 paixões assolapadas que não podemos esconder por muito mais tempo.
É claro que, lá mais para o fim, levamos com uma verrinosa rejeição e chorámos que nem Marias Madalenas abandonadas. Mas enfim, gritamos "resistência" e somos assumidos stalkers das suas novidades.

Porque estes, estes são talentos para a troca: façamo-los maiores e tenhamos a certeza de que mais surgirão. São moedas de troca para um futuro em que haja eco de algo.
E o futuro é já daqui a pouco para os Flamingos, Echo Mountain, Paraguaii, NEVOA e Meia de Leite.


Flamingos



Porquê Flamingos?

(Luís) Fui eu que me lembrei do nome mas já não sei porquê. Acho que estava a pensar em nomes de pássaros e achei Flamingos o mais giro.
(João) É um pássaro elegante e tudo mais, mas nenhum motivo em especial tirando o de precisarmos mesmo de escolher um nome e à ultima hora foi o único em que concordamos.


Como definem a música que produzem?

Podemos dizer que em primeiro lugar que são canções; não é música concreta nem é música de câmara, são canções que fazemos - para além disso, não sabemos, não costumamos definir nada antes de construir. Por isso, as coisas acabam por não ter uma definição muito clara para nós. Muitas vezes acabam por ser as definições das pessoas a clarear-nos algumas ideias. 


Qual é a vossa melhor canção?

(Luís) Pergunta ousada e certeira. Mas, como só temos 3 canções editadas, parece mal responder. Não dá assim tanto trabalho ouvir as 3 canções e decidir, são só 3 (até ver...)!!!
(João) Não me parece justo isso do melhor… mas concordo plenamente com o Luís, oiçam e podem dizer de qual gostam mais!


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

(Luís) Se não fizéssemos música, a parte da comunicação não tinha nada para promover. Nesse sentido, pode dizer-se que a música é mais importante. Mas a comunicação é muito importante e não lhe atribuímos nenhum sentido pejorativo. Temos pessoas a trabalhar connosco que não procuram que sejamos coisas que não somos. Por isso, comunicar e fazer marketing (não sei se é essa a palavra) é só expor-nos como somos e esperar que as pessoas gostem.

(João) Espero que a música, na sua relação com a comunicação que a promove, seja mais importante todos os dias. Acho que o que esta questão propõe é que hoje em dia a qualidade da música parece não importar face à promoção, e de facto acho que isso é uma coisa que existe na música pop. No entanto, concordo que uma vive de mãos dadas com a outra assim como todas as artes vivem, cada vez mais, de mãos dadas com a publicidade dada a quantidade de coisas e consequente necessidade de filtros, etc, etc. Mas sim, eu gostava que “qualidade da música>promoção”.


De que revista não se importariam de estar na capa?

(Luís) Eu adorava ser capa da Bravo mas acho que o Coelho não ia gostar.

(João) Nunca pensei nisso ao ponto de chegar a uma conclusão e sinceramente não me apetece fazer uma busca de mercado sobre boas revistas. Mas qualquer uma dá acho eu.


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

(Luís) A Moxila a dançar no Palco Bezaina, no Xispes, em Barcelos.
(João) O que o Luís disse, se bem que a Moxila a dançar no Picadilly também não foi mau. Basicamente apareçam num concerto de Vive Les cônes e aprendam uns 'moves'.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

DJ Youtube.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

(Luís) Tudo menos FLAC.
(João) Qual é o problema do FLAC?
(Luís) Não lê em bué lados!


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

(Luís) Argentina Santos
(João) Não querendo insistir, Kurt Vonnegut.


Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

(Luís) Perguntar não ofende.
(João) Sei lá, imagino que uma pergunta pouco informada.


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

(Luís)

R. Stevie Moore - Schoolgirl: canção para uma tarde de Primavera na esplanada da FCSH. 
Pega Monstro - Amêndoa Amarga: canção para passear à noite na Morais Soares.
DJ Marfox - Lágrimas e Dor: canção para ouvir no carro, a voltar para Lisboa depois de uma grande festa de passagem de ano.
Alfredo Marceneiro - Senhora do Monte: canção para olhar no infinito.
Lewis - Like to See You Again: canção para um 'date' discreto ao dia de semana.

(João)

Tomba Lobos - Massa com Atum: canção para deprimir sem estragar.
João Nada - Dinheiro Pra Te Pagar: canção para ouvir num concerto de João Nada.
HHY & The Macumbas - Gysin: canção para ouvir em casa a destilar com os amigos depois de uma noite de S. João.
Ariel Pink - Dayzed Inn Daydreams: canção para a vizinhança ouvir.
Idir - A Vava Inouva: canção de embalar para se ouvir antes de ir dormir.



Echo Mountain



Porquê Echo Mountain?

Echo Mountain nasceu de uma junção de 2 palavras: a primeira, de um nome que tínhamos em cima da mesa para a banda que era "Miss Echo", mas descartámos"Miss" rapidamente. Mas Echo queríamos ter no nome. Ao mesmo tempo que se procurava o nome, o Pedro Pinto de Carvalho andava a ouvir um disco do Tomas Hallonsten com mais dois músicos, Johan Bertling & Andreas Werliin, que se chama "Time is a Mountain" e daí o nome, a fusão de Echo e Mountain...


Como definem a música que produzem?

Não somos nós que definimos a nossa música, tanto mais que não procuramos uma estética ou estilo ou o que (se) quiser chamar. Fazemos o que as nossas capacidades e limitações musicais nos permitem fazer sem estar agarrado a este ou aquele ouvinte, preferimos que seja o ouvinte a decidir qual a pasta no seu PC ou na prateleira de casa... não vamos obrigar ninguém a dizer que somos isto porque nós dissemos que o somos.


Qual é a vossa melhor canção?

Não temos propriamente canções, temos uma composição com 23 minutos que decidimos partir em 7 partes para melhor divulgar e com a certeza que não punha em causa o todo...


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

Não fazemos marketing, fazemos música. Não promovemos, divulgamos. Não gostamos de olhar para a música como um produto que se vende e que se esgota passado um curto espaço de tempo...chegar a mais ouvintes sim mas sem técnicas de manipulação ou de imposição.

De que revista não se importariam de estar na capa?

A capa é como o 'zapping': viu, passou. Mas sermos entrevistados para algumas publicações sobre música seria uma honra e um prazer.


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Glastonbury.



Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Grooveshark.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Cada um que ouça a musica no formato que lhe for possível ouvir.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

http://www.ghostbox.co.uk .


Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

Gostam de música?


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

-2 graus de temperatura, 1500 metros de altitude, noite de lua nova e céu limpo a ouvir uma canção de The Advisory Circle.
Duke Ellington - Caravan: estender roupa num dia de sol. 
Steven Wilson - Luminol: Piccadilly Circus em hora de ponta.
Fausto Bordalo Dias - Ao Longo De Um Claro Rio De Água Doce: rua da estação de Vila Real no Outono.
Ibrahim Maalouf - Conspiracy Generation: gare de caminhos-de-ferro de Paris.
Pataniscas e tinto na Senhora da Pena e uma canção de Jeff Buckley.




Paraguaii



Porquê Paraguaii?

O nome é algo que vai identificar o projeto para sempre e por isso mesmo decidimos escolher um nome sem nenhum conceito ou valor pessoal, pois poderia comprometer-nos no futuro. Daí a nossa escolha ser um nome que fosse feliz, sorridente, exótico e ainda imageticamente colorido.


Como definem a música que produzem?

Neste momento encontramo-nos a compor em modo 'random' e o primeiro EP tem 5 músicas. Não nos queremos carimbar com um estilo ou uma definição mais concreta da música que criamos, preferimos que seja o nosso subconsciente a tomar conta da criação e nesse estado entramos numa espécie de 'hipnose criativa'. Sentimos mesmo que é o mais genuíno a fazer.


Qual é a vossa melhor canção?

A melhor 'canção', 'música' ou 'tema' é sempre aquela que nos faz arrepiar aquando da interpretação da mesma. Esse mesmo efeito é o nosso filtro para a escolha dos temas para o EP. Concluindo, no EP não temos propriamente temas favoritos ou 'o melhor tema', fazem todos parte de uma energia temporal que foi o momento de criação.


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

A música sem dúvida que é muito importante, infelizmente hoje em dia a comunicação é tão efémera que temos de alimentar diariamente o fluxo dessa mesma comunicação. São ambas as partes importantes, diríamos até 50/50, não há uma sem a outra. 


De que revista não se importariam de estar na capa?

Tirando as revistas 'cor de rosa' queremos estar em todas as capas. 


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Não há uma sem três :)


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Preferimos não responder a essa questão. Isso implicaria discutir outros assuntos que dizem respeito a indústria musical e da forma como ela está a ser encaminhada. 


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

Para ouvir música, vinil sempre. 


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

Cinema: Vincent Gallo 
Música: Frank Zappa 
Literatura: Aldous Huxley 
Artista Plástico: Jean Michel Basquiat


Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

Não temos propriamente alguma questão que nos faça irritar. Nós meditamos muito e não conseguimos ficar irritados :)


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

Warpaint: para fazer amor.
LCD Soundsystem: para festas com amigos.  
Velvet Underground: para adormecer.
Yo La Tengo: para tomar café com alguém.
DARKSIDE: para limpar a casa. 




NEVOA



Porquê NEVOA?

Desde o início que decidimos que queríamos um nome simples e em português. Achamos que em inglês todos os nomes que nos poderiam interessar já estão usados. NEVOA surgiu espontaneamente e consideramos que se adapta perfeitamente à música que fazemos.


Como definem a música que produzem?

Orgânica, extrema, de alguma forma épica, obscura, mas ao mesmo tempo bela.


Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

Para nós, a música é o essencial. É e deve continuar a ser. No entanto, hoje em dia o marketing é mais importante que nunca.


De que revista não se importariam de estar na capa?

Actualmente não nos identificamos com nenhuma revista de música.


Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands? 

Primavera Sound.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?
 
Nenhum dos três.


MP3, FLAC, WAV ou vinil?

WAV e vinil.


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

Para quem gostar do nosso género de música sugerimos o álbum de estreia de Earth and Pillars e o 'III I' de Darkspace.

(Nuno)

Lawrence English - Wilderness Of Mirrors
Lau Nau - Nuukuu
Enslaved - RIITIIR
Ulver - Messe I.X-VI.X 
Wardruna - Runaljod-Yggdrasil

Livro: "Name of the Wind" do Patrick Rothfuss
Filme: “Solitaire” das Sweetgrass Productions

(João)

Ultimamente tenho ouvido muito o novo álbum de Run the Jewels, que recomendo vivamente. No que toca a cinema, ainda estou pasmado com a qualidade do 'Interstellar' e da sua banda-sonora.  



Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

Essa música tem solo?


5 canções para 5 cenários/situações diferentes.

(João)
 
Alcest - Summer's Glory: quando está sol e não tenho literalmente nada para fazer.

Deafheaven - The Pecan Tree: quando quero ficar bem disposto.
Future Islands - Balance: quando quero comemorar alguma coisa.
Nothing - Bent Nail: quando estou sem paciência.
Les Discrets - Une Matinée D'Hiver: para qualquer viagem.

(Nuno)
 
This Town Needs Guns - 
Cat Fantastic: para ouvir no Verão.
Katatonia - Unfurl: para um passeio à noite.
Agalloch: Not Unlike The Waves: para uma manhã de Inverno.
The Gaslamp Killer - Nissim: prá festa.
Wardruna - NaudiR:
quando está um frio de rachar.




Meia de Leite



Porquê Meia de Leite?

Porque Deus assim o quis e nós não questionamos Deus, nunca.


Como definem a música que produzem?

Uma junção entre lilás, excrementos e muita droga.



Qual é a vossa melhor canção?

Temos orgulho em fazer temas péssimos, dentro desse registo são todas muito boas.
Mas 'prontos', a 'Dama da Coluna' vai ser sempre uma muito especial. O melhor é mesmo aparecerem nos concertos.



Pensam que, hoje em dia, a música que criam é mais importante do que a comunicação e o marketing que têm de fazer para a promover?

Antes pelo contrário, o mais importante é mesmo promover e fazer vídeos giros.
É isso que nos atrai, a música está em terceiro plano.



De que revista não se importariam de estar na capa?

Todas, em especial as que são lidas na casa de banho com um carinho especial pela Maria.



Primavera Sound, Glastonbury ou Lowlands?

Questionamos sobre isso todos os dias, a própria música que fazemos tenta responder a essa questão, a nossa alma está angustiada.


Spotify, Pandora ou Grooveshark?

Sim.



MP3, FLAC, WAV ou vinil?

 .


Que nem o Prof. Marcelo, sugestões de cultura (literatura, cinema...) musical?

Jesus K and the Sick Sick Sicks, Vicente/Marjamaki, Techno Widow, D.R. Sax, Putas Bêbadas, Miguel Torga, Nirvana, Madabaya...



Qual é a pergunta mais irritante que vos podem fazer?

Pá aqui há uns tempos fizeram-nos a seguinte pergunta 'MP3, FLAC, WAV ou vinil?'
Foi muito irritante.



5 canções para 5 cenários/situações diferentes?

Os Patinhos: remonta muito àquela situação em que chegas a casa da 'night' e desmaias na banheira.
Machadinha: é muito aquela situação em que assim do nada te encontras numa relação lésbica com uma gorda.
O Jardim da Celeste: é óptima para quando aquela tua namorada mais boa te dá permissão para lhe ires ao ânus.
O Meu Chapéu Tem Três Bicos: para aquela situação em que o balão do João sobe no ar sem parar.
Meia de Leite - Chocolate:
 aquela situação em que a existência te cai sobre o espírito e tens desejos de abrir o abdómen para que possas retirar os intestinos com o propósito de os fritar em óleo de palma e ofereceres à tua mãe no Natal.







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