terça-feira, 11 de novembro de 2014

DE E POR: O ABOMINÁVEL - "Enteléquia" (2014, Ed. Autor)

Definem-se e mostram-se como uma banda à flor da pele mas que amadurece, dentro e fora do seu acervo, quando as suas músicas necessitam e ela própria necessita. Depois do EP de estreia, da consolidação do perímetro de influências com a emergência do colectivo da Biruta Records e agora com "Enteléquia", o disco de estreia, os cinco que também são O Abominável aproveitam para renovar público pelo Norte e Centro, com concertos marcados para o final do mês em Guimarães, Coimbra e Viseu.
Mas antes destes e de outros concertos de quem já passou por Paredes de Coura ou pelos maiores concursos de novas bandas como o Festival Termómetro, a serventia faz-se aqui, faixa por faixa.






Enteléquia
Expressão sentida e ingénua acerca do anti-sufrágio em que a realidade da existência se debruça, sem voto para mudar o inevitável mas mesmo assim, operá-lo com questões básicas mas essenciais para quem sofre por antecipação.



Fleuma

A música começa com uma introdução suave que transita para uma espécie de Valsa que marca a cadência do tema, alternando este ternário com um quaternário marcando dois momentos distintos.


Real Demais Para Existir

O ambiente desta música está envolto em fobias. A produção tornou-a "fechada" mesmo que, em momentos, haja rasgos de maior intensidade. Contém a intenção de encarar o "teu modo de ser".



Rasto

Um dos momentos mais contrastantes do álbum, entre um suspense "bluesy" e um "hard freestyle". Uma música que vive do momento.


Palavra do Eu

Esta poderá ser a nossa música em modo "vintage". Os teclados do Elísio Donas levam-nos para um ambiente outrora vivido e o solo final de guitarra do João é próprio de um misto sonhador com uma faceta, talvez, de pleno equilíbrio.
Não sei porquê, mas nos fins de tarde daqueles dias cheios de calor, esse mesmo solo não me abandonava a consciência.


Circo e Tu
Ficção inspirada numa possível história de amor disfuncional com o lema "fighting like Sid and Nancy", um amor que puxa de pistola e de obsessões compulsivas acabando, ao contrário da inspiração, num acto de amor numa colina com um céu estrelado.


Mónade 

Este tema tem um ritmo gingão, que surge em parte de influências ouvidas com amigos de ascendência africana. O constante palpitar da batida e um riff durão contrastam com elementos que sugerem a libertação de algo ou de alguém.


Calíope 

É a "balada" do álbum, pois apesar de não permitir a dança a dois (com o corpo colado intimamente à outra pessoa), permite o sexo a dois (com o corpo colado intimamente à outra pessoa). Sem dúvida é uma música com um carácter bastante intrínseco.


Corda

Nas gravações da corda, perguntei ao Leonardo: "o que é que sentes por teres o Maze a cantar num verso que criaste?". É quase como o culminar de qualquer coisa. Não me recordo muito bem do processo de composição desta faixa, mas sei que era uma música em que tínhamos de insistir na sua vida, e no fim, naturalmente, fechar o álbum.





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