sexta-feira, 15 de agosto de 2014

SEQUIN - Entrevista

Quando a vi pela primeira vez em palco, fazia parte da The Ballis Band e encantava com o domínio da expressão em diferentes idiomas.
Mas agora, "Penélope" é a aventura a solo no regresso de Sequin à música que mais gosta de fazer, com um novo EP de JIBÓIA que já se vislumbra para breve e em que a sua contribuição é central. É uma Ana Miró com novos horizontes - musicais, artísticos e até pessoais - que encontrámos antes de mais algumas etapas de outro Verão cheio de concertos. 






BandCom (BC): Sequin: “bubblegumpop” electrónica, doce, íntima, pessoal. Mais perto, na maneira como vês o teu trabalho, de Bat For Lashes ou de Fever Ray?

Sequin: Acho que a minha música é um misto das duas coisas, sem ser coisa nenhuma. Há um lado negro, melancólico, introspectivo e ao mesmo tempo um lado festivo e despreocupado na minha música, no fundo o reflexo das minhas vivências e daquilo que eu sou.


BC: Quão difícil é fazeres a tua música, para ti, e depois expô-la ao vivo num espectáculo em que também te tens de mostrar às pessoas?

Sequin: Fazer música é aquilo que mais amo fazer, por isso não me é nada difícil, e muito menos me é dificil partilhá-la com os outros. Gosto muito de tocar ao vivo e é para as pessoas que faço a música.


BC: Entre outras experiências, chegas até Sequin vinda de registos totalmente diferentes com o Óscar Silva (JIBÓIA) e com os The Ballis Band, em que quem ia dando a cara era a Ana Miró. Sequin, e particularmente este “Penélope”, representa mais a tua personalidade como artista, a “chegada a casa”, ou é também mais um caminho para o autoconhecimento? 
A Sequin consegue também integrar-se dentro de, por exemplo, a 
versão da “Tuareg” da Gal Costa com que te estreaste ao lado do Óscar há uns Milhões atrás ou dentro do registo dos Heats?

Sequin: Acho que Sequin é finalmente o meu projecto, de uma ponta a outra, é tudo o que está em mim, é a minha casa, e a minha possibilidade de me afirmar enquanto compositora, já que nos outros projectos a composição das músicas passa mais pelos outros músicos com quem colaboro, ficando apenas a parte vocal a meu cargo.
A Ana Miró integra-se em todos os projectos, são o que eles têm em comum, não acho que haja nada de Sequin em Jibóia, onde o desempenho vocal é completamente distinto e mesmo em Heats acho que também é algo diferente, mais rock, mais forte, mais destemido. Sequin é o projecto onde eu posso ser mais transparente e estou sem dúvida mais exposta a nível pessoal.




BC: Lançaste o “Beijing”, o teu primeiro tema como Sequin, bastante antes do disco estar pronto e estar cá fora. Foi um bom teste à reacção dos que te seguem?

Sequin: Claro que sim! Acho que correu muito bem, muito para além das minhas expectativas. Foi o primeiro passo deste projecto e acho que entrei com o "pé direito" ou diria mesmo que entrei a "pés juntos"! 


BC: Nota-se uma relação entre o que vais deixando no Conception Rouge, o teu blog, e as letras deste teu trabalho. O que mais te motiva para escrever e/ou para compor?

Sequin: Tudo me motiva para escrever e para compor. Sempre o fiz, e escrever para o blog ou para as músicas acaba sempre por ser um mesmo trabalho. Se bem que ultimamente não tenho tido muito tempo para escrever para o blog, já que a música está a correr bastante bem e me tem tirado muito tempo livre.


BC: Com os Heats, os trópicos. Com Sequin e JIBÓIA, o Oriente cosmopolita e voltado para o exterior. No passado, os The Ballis Band eram também uma conjugação de vários submundos da música europeia. Qual o continente que mais te fascina, musicalmente falando? Porquê?

Sequin: Todos me fascinam, o mundo em geral, todas as pessoas e todas as histórias que o integram. Não me sinto nada portuguesa na música que faço, acho que é algo que vai além fronteiras e não tem um lugar especifico de existência.


BC: Dentro do catálogo da Lovers & Lollypops não há assim tanta pop, especialmente electrónica. Pode-se dizer que a visibilidade que a L&L tem cada vez mais está também a crescer em diversidade com a adição de projectos como o teu?

Sequin: Acho que todos ficámos a ganhar com esta colaboração. Fico muito feliz por fazer parte dessa família que é a Lovers, por poder fazer parte dos seus projectos e caminhar com eles, e também por eles depositarem confiança no meu trabalho e nas minhas ideias, e sinto-me bastante confortável.


BC: Apesar do facto de o Moullinex ter produzido o teu disco, e tendo em conta que há uma presença marcante de vozes femininas nas próprias canções do Luís, poder-se-à dizer que todo o processo de concepção final do disco foi também um momento de aprendizagem, de simbiose entre vocês?

Sequin: Claro que sim. Quando comecei a trabalhar com o Luís já tinha quase todas as músicas compostas e terminadas, mas o trabalho que conseguimos desenvolver juntos e a sabedoria dele enquanto produtor trouxe bastante brilho às músicas e força. Aprendi muito com ele, e acho que o resultado final que está à vista, mostra muito daquilo que conseguimos juntos!


BC: Enquanto Sequin, lideras ao vivo uma banda com mais dois rapazes para partilhar palco com, entre outros, as Warpaint. Enquanto membro dos Heats, dás voz à música feita por ti e por mais quatro rapazes. Como é, por um lado, liderar formações em que és a única mulher que as integra, e por outro lado, que sensações te desperta o facto de pertenceres também a um grupo que está a dar os seus primeiros passos e a passar novamente pelos concursos de bandas?

Sequin: Sempre gostei muito de trabalhar em banda, e sempre me dei muito bem com rapazes, acho que são mais práticos e descomplicados. Também gostava de experimentar ter um projecto só com raparigas, mas até hoje não se proporcionou. Sinto-me muito bem a trabalhar em todos os projectos, e acho que isso me faz crescer enquanto artista. 
Estar a começar uma caminhada com os Heats é algo que me deixa bastante contente, é bom trabalhar e ver crescer um projecto, e a passagem por todas as fases é um sabor diferente de trabalhar sozinha.





BC: A tua experiência de palco já se compõe de concertos em vários países. Quais são os próximos destinos ideais para apresentar este disco?

Sequin: Gostaria muito de fazer uma tour pela Europa, sem dúvida passando por Londres e por Berlim ou Amesterdão, acho que a minha música se enquadra lá. Veremos o que vai acontecer.


BC: O que podemos esperar da Sequin para os próximos tempos? O que nos podes contar sobre a tua participação no novo trabalho do JIBÓIA?

Sequin: Nos próximos tempos vou estar por cá, a apresentar o álbum de Sequin. No Outono vou estar a apresentar o novo trabalho de Jibóia! Estou muito contente com o que fizemos nos últimos meses, e acho que o novo EP está muito diferente e interessante. Não posso adiantar muito mais. Entretanto também lançarei o EP de Heats! Tenho muito trabalho ainda este ano!

André Gomes de Abreu




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