segunda-feira, 4 de agosto de 2014

FIRST BREATH AFTER COMA - ENTREVISTA

2014 tem sido ano de fruição completa para os jovens First Breath After Coma. Fazem versões altamente elogiadas, o conhecidíssimo "The Escape" já anda pelo Youtube interpretado por outras pessoas e, para além de terem uma agenda de concertos regularmente preenchida e já com datas no país vizinho, são um dos nomes por que incontornavelmente passam todos os ditames, nacionais e já internacionais, sobre Leiria - a provar isso, a sua presença na compilação "Leiria Calling" recentemente lançada e que a 8 e 9 deste mês vai dar origem a um festival de dois dias no Salão Brazil, em Coimbra.
Ainda a promoverem a sua estreia em disco com "The Misadventures of Anthony Knivet", o FUSING Culture Experience, o Festival Bons Sons, o Festival Paredes de Coura e o Loureiras Beats são 4 festivais em cerca de duas semanas para somar aos palcos por onde já passaram. Aproveitando a pausa e a preparação para um Agosto que não será de férias, falámos com a banda sobre pouco mais de meio ano de revolução à mão de um conjunto de 9 canções. 






BandCom (BC): Sabemos que uma das primeiras músicas que ouviram depois de terem passado por um “estado de coma” com a vossa banda precedente foi “First Breath After Coma” dos Explosions in the Sky. Agindo de forma oposta, qual seria a música que gostariam de ouvir no último suspiro antes de entrarem em coma?

First Breath After Coma (FBAC): Em tom de brincadeira seria a "If I Die Tonight" dos mexicanos Last Breath Before Coma.


BC: Sentem que estão mais perto da pop ou do post-rock?

FBAC: Nós não vamos muito à bola com rótulos. Gostamos de vários géneros musicais, que de uma maneira ou de outra, reflectem-se na música que fazemos. Para este disco o post-rock foi uma dessas referências. 


BC: As pequenas e grandes vitórias que alcançaram em concursos foram determinantes para a vossa ascensão. No meio de todas elas, qual foi a vossa conquista mais saborosa?

FBAC: A primeira tem sem dúvida um sabor especial, porque foi o primeiro concerto que demos com este projecto e tivemos a felicidade de ganhar o “ZUS!”. Deu-nos motivação para continuar, porque há muita coisa que queremos fazer ainda.


BC: Li numa entrevista que o vosso álbum “The Misadventures of Anthony Knivet" é um disco à volta do mar, do “ir por aí fora”. Em suma, um disco com ligações ténues com um passado áureo e um presente mais negro?

FBAC: Sim, exactamente. É impossível, nos dias que correm, não estar afectado pelo presente. O disco representa o combate ao conformismo e acima de tudo um sentimento de esperança.


BC: Já começaram a compôr para um novo álbum? Se sim, seguirá as mesmas pisadas do precedente?

FBAC: Estamos numa fase embrionária, ainda é cedo para saber algo em concreto. Mas se nos limitássemos à sonoridade do primeiro, seria apenas uma repetição, apontamos para algo novo.





BC: Os adjetivos qualificativos e epítetos escolhidos pela imprensa para vos designarem acabam sempre por ser um pouco redundantes e mencionarem também bandas estrangeiras. Uma crítica que já pudemos ler também numa entrevista do Hugo Ferreira da Omnichord Records. Como é que um artista reage a essa profusão de perguntas semelhantes, de influências incutidas que nem sempre correspondem à realidade que queriam sugerir/transmitir?

FBAC: Afecta-nos essas tais redundâncias, soa-nos sempre a uma análise superficial do que nós somos. Mas acreditamos que quanto mais genuíno se tornar o nosso trabalho ao longo dos tempos, menos espaço haverá para adjectivações vazias.


BC: O Hugo Ferreira (Omnichord) e o Carlos Matos (Fade In) são dois dos grandes nomes da cidade de Leiria. Com a atual situação da “fuga dos cérebros” que o país está a sofrer, o que acham que a cidade mais perderia com a hipotética emigração destes dois?

FBAC: Sem dúvida que são duas pessoas que têm influenciado, e muito, o crescimento da cultura e principalmente da música que se tem feito por Leiria. A cidade perdia dois motores fundamentais desse movimento. 


BC: Pensam que a cultura é uma das principais forças de Leiria?

FBAC: A principal força de Leiria está nas pessoas que acreditam e lutam pela sua cultura.


BC: A compilação “Leiria Calling” de que fazem parte já vai atrasada em relação ao boom musical de Leiria? Surge no momento certo? É representativa da Leiria musical neste momento?

FBAC: Surgiu no momento certo, porque veio afirmar o boom musical de Leiria. Para além de representar o presente, alimenta a esperança de um futuro promissor.


BC: Nestes últimos tempos têm aproveitado para também se mostrar ao estrangeiro, sobretudo em Espanha: já estiveram no último Monkey Week, vão estar na edição deste ano do Festival Europa Sur com os Nice Weather For Ducks. O futuro dos First Breath After Coma passa também por outros países?

FBAC: Sem dúvida. No futuro, gostaríamos de ter mais datas noutros países já que a primeira experiência correu muito bem. Além disso, a aposta no mercado estrangeiro pode abrir-nos novas portas.


BC: Como receberam o convite para o FUSING Culture Experience? O que acham do conceito do festival? Foi mais fácil aceitá-lo por ser na zona centro?

FBAC: O conceito do festival agrada-nos, porque abrange vários tipos de arte numa localização especial. Daí o convite nos ter deixado expectantes por tocar lá. Todos os concertos são bem vindos, independentemente do local. Um exemplo disso, é que este mês vamos estar em Paredes de Coura e no próximo em Espanha.


BC: Que concertos deste festival aconselhariam e porquê? 

FBAC: Estamos curiosos por ver Slow Magic, Fachada e When The Angels Breathe, já que nunca tivemos oportunidade. Os Nice Weather For Ducks de certeza que vão dar um grande concerto também. 





BC: O fim-de-semana do 15 de Agosto vai ser movimentado para várias bandas portuguesas, como é o vosso caso: vão estar no FUSING Culture Experience e também no Festival Bons Sons. Há algum tempo dizia-se que um dos problemas do crescimento das bandas em Portugal estava na falta de locais e de eventos para tocar. Nesta altura, quais são as maiores dificuldades para os First Breath After Coma? Ascender ao topo dos cartazes dos maiores festivais?

FBAC: A maior dificuldade para nós é a fraca credibilidade que a capital deposita em projectos vindos de uma cidade pequena como Leiria. Por isso, garantirmos um lugar nos cartazes dos maiores festivais é complicado para um banda com uma editora independente, mas queremos conseguir superar esse tipo de obstáculos. 


BC: Já tocaram em festivais, em salas fechadas e até numa sala de estar num dos primeiros Sofar Sounds Lisbon. Onde se sentem melhor a tocar ao vivo?

FBAC: Gostamos de tocar em espaços abertos, mas em salas intimistas tem um sentimento especial, porque o ambiente enquadra-se mais com a nossa naturalidade musical.


Mickaël C. de Oliveira







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