domingo, 13 de julho de 2014

DE E POR: DISAPPEARER - "Disappearer" (2014, Ed. Autor)

Após o final de um projecto que não rumou nem terminou onde e como se pretendia, Pedro Coelho Pereira reagiu com a produção de novo material e viu a sua vida pessoal interferir com a sua identidade artística. Uma nova epopeia de composição, um sentido crítico refrescado, um fluxo de consciência a partir do 0.
O melhor do resultado de todo o tempo que passou entre 2011 e este ano, uma conjugação refinada de rock, metal e música industrial que não tem que ser mais coerente, de mais alta fidelidade ou menos psicadélica nem na hora dos retoques finais, está plasmado agora na sua estreia homónima como Disappearer. 8 faixas em que contamos com o seu apoio para as conhecer melhor, uma vez ultrapassado largamente o nosso filtro de selectividade.






Forget Me Pills

A faixa "Forget Me Pills" nasce de um stream of consciousness de 30 minutos (riff inicial) ao qual foram adicionados mais e mais elementos, tendo sido depois bastante encurtada. A ideia original era fechar o álbum com esta música, e o nome original era "Fuck You, I'm Gone", passando depois para "Forget Me Pills", baseando-me na altura no constante uso e abuso de tantos de drogas psicotrópicas (com receita médica) e do constante desejo de esquecermos de quem somos, tornando a memória humana cada vez mais selectiva e/ou controlável.


Dog From Hell

A faixa Dog From Hell nasce de um riff meio sludge/doom ao qual foi adicionado um solo tocado numa guitarra desafinada com várias cordas partidas. As letras referem-se ao "rádio" que está sempre ligado na mente de alguém que está doente e que tem demasiado tempo para pensar - (in)conscientemente - na sua mortalidade.





Goodnight Mr. Frankenstein

Em 2012 com a perda de um dos meus melhores amigos, aquilo em que estava a trabalhar na altura, e que para todos os efeitos já era quase um álbum completo, foi descartado, talvez por ser demasiado enérgico numa altura em que não me sentia nada enérgico. A faixa Goodnight Mr. Frankenstein é sobre alguém muito importante que perdi/perdemos.


Psycho Jane

"Psycho Jane" não é sobre marijuana, no fundo é sobre uma "Jane" psicótica que persegue quem quer e que mata com uma "bondade sufocante". Originalmente procurava fazer uma música para ouvir no carro de noite, não sei se consegui.


Blue

"Blue" era originalmente um rip-off de Killing Joke, com o tempo passou a ser uma espécie de rip-off de Voivod. Liricamente é sobre o vício mental que o pessimismo/negativismo proporciona a muita gente (eu incluído).


Stuck In A Loop

A ideia por trás da "Stuck In A Loop" é a repetição constante da existência moderna, qualquer que seja a realidade individual; esta repetição tornou-se infecciosa, viciante e familiar, tal e qual o ambiente que a música tenta evocar.


Garrote Vil/Metal Heart

As últimas duas faixas foram divididas apenas por conveniência porque nasceram de uma composição única em piano; ter um "Metal Heart" é um trocadilho foleiro que tem pouco a ver com o gostar de heavy metal, mas mais com o saudosismo no coração que o blinda a novas emoções, e como isso pode levar inevitavelmente à auto-destruição. O último verso é baseado numa música medieval inglesa.




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