Os Adorno são uma banda que
não precisa de apresentações, ou pelo menos não devia precisar. Formados no
ano de 2007 na região de Lisboa, os Adorno começaram por ser um
quarteto, vindo mais tarde a recrutar mais dois membros. Após 4 anos de
concertos um pouco por todo o país e pelo resto da Europa, o grupo teve um
hiato de concertos em 2011 condicionados pela distância geográfica em que se
passaram a encontrar os seus membros.
É no ano de 2012 que surge Year Two, o mais recente álbum da banda
através da Shove Records. Year Two são 11 faixas que já tinham
sido lançadas anteriormente entre splits
e Eps que acabam por ser agora
reunidas na forma de um álbum. Pura descarga energética daquele post-hardcore que não nos deixa indiferente
é o que espera o ouvinte. Neste álbum, destaco fundamentalmente a grande
qualidade técnica apresentada pelos membros da banda, assim como a consistência
do álbum em si, no qual se torna muito difícil destacar alguma canção, tanto
pela negativa como pela positiva.
X é o poderoso ponto de partida desta agradável viagem. A
intensidade e energia libertada pelos instrumentos nesta faixa inicial têm o
poder de nos deixar desde logo agarrados ao disco (e digam-me se estiver
errado!). Segue-se Up, North, canção
que se apresenta mais melódica e menos energética que a anterior. Esta faixa tinha
sido lançada em 2010 no split com os The Black Heart Rebellion.
O desfile segue com Stories Over Miles e Missing a Warm Light, talvez a minha
preferida deste álbum, referindo novamente a imensa dificuldade que tenho ao
eleger alguma faixa como a preferida. Para além da parte instrumental é também
necessário elogiar a qualidade da escrita das canções da banda bem como a
mensagem presente em cada uma delas. The
Whale e The Bear são duas faixas
retiradas do split com os franceses Sugartown Cabaret. Estas são talvez
as duas canções que mais se afastam das restantes no que diz respeito à
sonoridade, não podendo isso ser considerado como um ponto negativo.
Para o fim ficou reservada a
sequência de canções que deu corpo a Said
& Unsaid, EP lançado nos
inícios de 2010 e que marcou nessa altura uma mudança de som no grupo,
principalmente na parte vocal, relativamente ao trabalho anterior, mais
concretamente o primeiro álbum Year One
o qual apresenta um som a percorrer os trilhos do screamo.
Apesar de Year Two ser a reunião de várias faixas anteriormente lançadas, a
sua edição acaba por fazer todo o sentido, principalmente devido à nova
situação em que a banda vive com a distribuição dos seus membros por três
países diferentes. Resumindo, Year Two
é um álbum que não sendo nenhuma surpresa acaba por ser um prémio mais do que
merecido, não só para os fãs como também para a banda.
Resta-me agradecer aos Adorno
por esta prenda e esperar que o futuro nos conceda a oportunidade de os ver com
mais actuações ao vivo e claro, um Year
Three.
Classificação Final – 7.3/10
Diogo Maraçal
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